DESPEDIDAS, ABRAÇOS, DECEPÇÕES


Às vezes pensamos que nada do que fazemos, podem interferir diretamente na vida de alguém. Pensamos que nossas atitudes nunca vão influenciar as pessoas ao nosso redor e nem modificar o mundo... Muitas vezes, modificamos o mundo de alguém e bem, não tem volta e nem conserto. Certa vez, conheci um rapaz. Um rapaz lindo. E, após longas noites conversando, se conhecendo, se conectando, decidimos que era hora de nos ver e de alguma forma, fazer acontecer todos aqueles sentimentos que nos cercavam, os mais íntimos, os mais profanos, os mais melosos e dramáticos. Se eu sabia que estaria mergulhando em um oceano profundo? Sabia sim, essas coisas a gente sempre sabe. Mesmo que bem no fundo. 

A partir do momento em que senti tudo isso, soube que não tinha volta. Mesmo que não fôssemos perfeitos um para o outro, eu sabia, ele também, que nos perderíamos em um caminho que não haveria volta. Você pode olhar positivamente para a situação, se tudo acontecesse da forma que queremos, mas nós humanos temos aquele problema de sempre querer mais e muitas vezes não damos valor para as pequenas coias da vida. As pequenas coisas que tanto queremos, mas que só damos valor quando as perdemos. Eu sabia exatamente o que estava por vir e, mesmo assim, me joguei. E afundei no abismo que é gostar de alguém.

Mas uma das coisas que o ser humano não pode suportar é uma despedida mal feita. Quando você vê a pessoa que te fez mergulhar no deep sea, indo embora, pegando o gancho e subindo para a superfície, e você continua no fundo e não consegue acompanhá-la, o desespero bate. E de repente, o que era quentinho e eterno, se torna frio. A essência do ser humano é essa, transforma o amor em um sofrimento, em uma lástima, em algo descartável.

E foi aquele último abraço que demos, naquele nosso café favorito. Nada me deixa mais decepcionada com a vida, do que o poder de separação. Parece que ela leva tudo de bom que foi construído.

Anelise Besson

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