um engano.


Eu acordei com o luz do luar entrando pelo quarto e refletindo em meu rosto. Naquele momento, como um clichĂȘ, a brisa gĂ©lida percorreu o cĂŽmodo e se alojou junto a mim. A respiração profunda, como quem deseja absorver aquela sensação, veio, e me levou para um estado de inĂ©rcia momentĂąnea, maravilhosamente calculado. 

Tateei a cama sĂł para ter certeza de que ele estava lĂĄ, dormindo, sereno, a respiração calma, os cabelos grudando em sua testa, e os pelos de seus braços arrepiados devido ao ar que transitava no cĂŽmodo. Apenas nossas respiraçÔes e nossas mentes trabalhando em alguma coisa que nĂŁo importava. A serenidade do momento, me deixou tĂŁo inerte ao mundo, a vida, que me perdi por uns segundos. Mas aproveitei cada segundo daquela sensação. 

Mas o melhor momento da noite, no ĂĄpice da serenidade, aconteceu quando seus olhos de oceano encontraram os meus, encontrando uma chĂŁo firme, uma terra estĂĄvel. Entramos em uma briga suave de quem sentia mais aquele momento. A calmaria perdeu espaço entre nĂłs, o Ășnico espaço que havia entre nĂłs. Foi quando a sua respiração se misturou com a minha e minhas mĂŁos inconscientemente foram atĂ© seus cabelos, massageando, sentindo-os, seus olhos se fecharam lentamente, como se quisesse aproveitar mais de mim, como se tambĂ©m nĂŁo quisesse que aquele momento acabasse.

Mas acabou.

O que sobrou? O que restou?
Saudade.

Anelise Besson

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