eu voltaria; mas para (por) mim.

Depois que você foi embora, não restou muito de mim. 
Tudo o que havia de bom havia esvaído como uma água saindo da torneira. 
O sentimento que nos unia sempre foi como um rio, fluído, que desaguava no mar mais profundo do amor.

Onde foi que eu errei? Me perguntava incansavelmente. 
Como você foi embora depois de me jurar amor eterno? Eu me lamentava.
Por anda você? Me fiz essa pergunta inúmeras vezes.

mas,

Por onde eu ando?
Depois de você?

Nunca achei que fosse sentir o que senti, da angústia a euforia, do medo a paz. Cortar o contato era a melhor decisão, mas como? Como cortar o contato de alguém que você sente saudade. Sente saudade de cada pedaço do corpo. Dos olhos. Dos cabelos. Do sorriso. Do cheiro. Da Alma.

Como?

O tempo passou, assim como a correnteza do rio, assim como a brisa gelada de verão. Um espaço de mim foi preenchido por um sentimento de auto clareza, de auto aceitação, de amor próprio. Entendi que não poderíamos nunca mais sermos os mesmos juntos, muito menos separados. Eu nunca mais fui a mesma, nem deveria. Houveram momentos em que achei que nunca conseguiria olhar para frente novamente, olhar para outro homem e não compará-lo com você. Mas quando decidi voltar para mim, soube que conseguiria, porque eles nunca te substituirão, porque eles nunca serão você. Serão eles mesmos e isso é o que me deixa confortável. 

Não terei um segundo você, nunca terei aquela pessoa que eu era com você novamente. 
eu serei minha, inteira, fluída e leve.
como o rio,
como a brisa,
como quem merece o mundo,
mesmo que o mundo que eu achava que era meu, nunca foi. 

Anelise Besson

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